27 de fevereiro de 2014

O Orfanato dos rapazes


Quando os conheci em 2009 eram tão pequeninos, endiabrados e reguilas, tudo características inerentes a meninos de 5, 6, 7 e 8 anos.
Mas agora que regressei, já passaram 5 anos, eles cresceram, as suas necessidades foram sendo diferentes e o espaço começou a ficar pequeno para tantos bebés, crianças e adolescentes, rapazes e raparigas.
E por isso, e com a ajuda e dedicação de muitas "almas" com um coração enorme, o sonho de construir um orfanato para estes rapazes tornou-se realidade.
Num terreno não muito longe do orfanato principal, nasceu o orfanato de Bissalanca.
São 4 casinhas onde vivem cerca de 10 rapazes em cada uma, 2 por quarto, e com um adulto como mentor.
Para além disso, foi construído um refeitório comum, 2 casas para famílias de missionários cristãos que se dediquem a ajudar e orientar todos eles, 2 salas de aulas para os alunos com necessidades especiais e que não possam frequentar a Escola Comunitária Emanuel no orfanato principal e um campo de futebol, para além de muito espaço onde podem correr, saltar e dar asas à imaginação.
Uma particularidade deste orfanato é a existência de uma mini quintinha, com uma horta e um espaço próprio para a criação de animais.
Uma forma de lhes atribuir responsabilidades e de eles aprenderem tarefas que lhes poderão ser muito úteis quando chegar a hora, aos 18 anos, de partirem para a vida real, a vida na Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do Mundo.
Aqui eles plantam, cultivam e consomem muitos legumes, frutas e verduras.
Têm patos, porcos, coelhos, galinhas e três cães de "guarda", a Lala, a Lili e o Buddy, três grandes companheiros que os protegem com garras e dentes.
Achei fantástica a ideia e todos eles receberam-na com muito entusiasmo!
É muito bom ver como cresceram mas também como estão mais responsáveis e mais unidos, como irmãos.
Num futuro próximo, o sonho é construírem uma espécie de atelier com máquinas de costura para que os rapazes possam aprender a costurar roupas e fardas para venderem para fora e assim este espaço possa ser mais autosuficiente.
Também esta uma excelente ideia, já que na Guiné, por tradição, quem costura são os homens.
Tive a oportunidade de passar uns dias com eles neste orfanato, de lhes dar uma aula de artes, como eles carinhosamente chamam, de participar da festa de aniversário de todos os rapazes que fizeram anos no mês de Janeiro e de cozinhar uma bela refeição de cuscuz para a Eugénia e para a Cláudia, as duas missionárias que neste momento vivem com as crianças.
Foi muito bom!



























24 de fevereiro de 2014

Life lesson




Let your dreams be bigger than your fears, your actions louder than your words, and your faith stronger than your feelings!

19 de fevereiro de 2014

As pulseiras da Catarina!









Uns dias antes de voltar ao Orfanato Casa Emanuel na Guiné-Bissau, desafiei a minha sobrinha Catarina para pensar numa prenda para eu levar às crianças que lá moram.
Tal como já tinha dito aqui, a ideia era fazermos algo artesanal e em que tivéssemos que despender algum do nosso tempo, paciência, dedicação e amor.
A esta "missão" e a nós as duas, juntaram-se a minha sobrinha mais pequenina Benedita, a minha irmã Susana e a minha mãe.
O resultado: mais de 70 pulseiras coloridas feitas com muita entrega e dedicação.
Com a ajuda da Célia, as pulseiras foram todas entregues no meio de grande algazarra e com muitos sorrisos à mistura.
Ficou prometido mostrar a reação das crianças e por isso partilho aqui algumas das fotografias que tirei.
Obrigada Célia, Catarina, Benedita, Susana e Mãe!
Elas e eles amaram!!!!

7 de fevereiro de 2014

Bissau=calor+saudades+amor













5 anos depois, aterro finalmente em Bissau!!
A viagem foi longa, com passagem pelo Senegal, mas a vontade era tanta que as dezenas de horas passadas num sofá de uma sala do aeroporto de Dakar, a que chamaram de lounge, pouco custaram a passar. 
Desta vez cheguei de dia e num avião mais pequeno e por isso pude usufruir de uma vista maravilhosa ao sobrevoar bem baixinho o país que tantas saudades me deixara.
Chegada à Guiné, senti de imediato o cheiro da terra molhada e o calor que teima em colar-se ao nosso corpo.
Minutos depois os gigantes portões de ferro vermelhos abriam-se à minha frente e tive a certeza de que era aqui que queria estar.
O Orfanato Casa Emanuel, tinha sido a minha morada por uns meses e mais uma vez me senti em casa.
Os momentos seguintes foram para por fim às saudades de todas as crianças que agora estão bem mais crescidas, de abraçar amigos, de trocar afetos e de rever muitos sorrisos.
A Casa Emanuel tem neste momento mais umas dezenas de bebés e crianças, para além das mais de 100 que eu já conhecia.
Graças à ajuda de vários países, pessoas e entidades, um outro orfanato foi construído para poder albergar todos os rapazes mais velhos que já mal tinham espaço para crescer.
No orfanato principal vivem agora os bebés, as crianças mais pequeninas e todas as raparigas até aos 18 anos.
Dois espaços maravilhosos, que apesar das dificuldades, carências e privações, e de não serem propriamente lugares onde as crianças devam estar, são um oásis no meio de um país tão pobre e instável.