18 de abril de 2012

Guiné frágil




A Guiné-Bissau, apesar de todas as suas fragilidades, tem coisas fantásticas, que nos prendem e que nos fazem querer voltar.
Como as pessoas que por lá conheci e de quem tenho muitas saudades.
Os últimos dias na Casa Emanuel têm sido difíceis, de muitas incertezas, instabilidade e de alguma angústia para todos os que lá estão.

"Estamos a ter alguma preocupação pois temos 150 crianças no orfanato, 450 alunos na escola a funcionar (onde muitos alunos comem a única refeição do dia) e o Hospital onde continuamos a atender todos os dias as pessoas que aqui chegam e grávidas que têm feito o acompanhamento da gravidez e agora vêm para ter os seus bebés.
Decidimos que não sairemos daqui pois jamais poderemos sair com tantas crianças e com o Hospital a funcionar.
A nossa maior preocupação é a nível do combustível pois sem o combustível não podemos tirar água do furo e temos aparelhos no Hospital que necessitam de energia. Também estamos sem dinheiro para comprar alimentação, nomeadamente: arroz, açúcar, leite em pó, leite para bebes Guigoz nº 1, farinha, fermento, ovos, e qualquer outro alimento que possa ser doado. Também estamos com poucos produtos de limpeza e desinfecção, especialmente sabão e lixivia. A nível do Hospital estamos sem luvas.
Agradecemos toda a ajuda que possa ser dada pois só estamos fazendo este apelo porque estamos mesmo necessitados e preocupados."


Quero acreditar que a calma vai voltar a Bissau e que todos vão voltar a sorrir muito brevemente.
Porque o "sol manci na Africa" também.
N'misti bós tudu que traduzido para português significa "amo-vos muito."

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