Para a maioria das mulheres africanas o sol nasce de forma diferente...
Em África as mulheres têm a guerra e a seca contra elas e toda a família à sua espera.
Elas têm por obrigação ser tudo: cuidar dos filhos, tratar dos mais velhos, encontrar alimentos para matar a fome, acartar água onde a sede impera e esgravatar lenha para acender o lume.
Mas a maioria não sabe nem nunca exigiu os direitos que tem.
"Em África, a mulher, sem outro horizonte que não seja o de resistir para fazer sobreviver a família, não tem sonhos para além de pequeninos desejos - fartura de fuba e fogo, fartura de paz e pó das lavras cavadas, fartura de água e amor - água que venha do céu e desça à terra, amor que lhe faça frutificar de filhos o ventre - seu mais estimável tesouro para continuar a família, para lá da inevitabilidade sempre presente da morte."
Em África o sol também nasce... mas veste-se de cor de fogo para iluminar estas vidas sedentas de esperança.