26 de maio de 2012

Padrinhos Sem Fronteiras


No seguimento do apadrinhamento à distância no qual temos vindo a trabalhar desde 2009 nasceu hoje um  novo projecto, os Padrinhos Sem Fronteiras.

É tão bom poder trabalhar para mudar a vida de algumas crianças e mães guineenses.

Esta iniciativa destina-se a melhorar a qualidade de vida da população da Guiné-Bissau através do apadrinhamento de um parto ou de uma criança.

Com a Guiné-Bissau a registar uma taxa de mortalidade infantil de 16% em crianças com menos de 5 anos, 1 em cada 18 mães a morrer durante a gravidez ou durante o parto e 44% de partos realizados com baixos níveis de assistência, é essencial agir para contrariar estes números e esta preocupante realidade.

Ao juntar-se à iniciativa “Padrinhos Sem Fronteiras” pode apadrinhar um parto, garantindo que uma mãe e o seu bebé tenham todos os cuidados e meios indispensáveis para um parto seguro. Pode ajudar a diminuir a mortalidade das mães e a mortalidade infantil contribuíndo com um donativo de apenas 40€.

Para ajudar a melhorar a qualidade de vida e desenvolvimento de algumas crianças órfãs guineenses, pode apadrinhar uma criança contribuindo com um donativo mensal de 20€.

Este apoio mensal permite a assistência alimentar, educativa e sanitária, imprescindíveis para o crescimento saudável de uma criança.

Os padrinhos sem fronteiras por sua vez recebem regularmente informação sobre o parto (data e hora do parto, peso do bebé e uma fotografia da mãe e do bebé) ou informação sobre a evolução escolar e o desenvolvimento da criança (acompanhada por fotografias).

Adoro e acredito tanto neste projecto que para mim é um privilégio poder trabalhar nele.

Para apadrinhar envie um mail para: apadrinhamentos@coracaosemfronteiras.org


12 de maio de 2012

Sinal de Deus

Alunos da Escola Comunitária da Casa Emanuel

Uma criança na Guiné-Bissau não tem o mesmo valor de um adulto. Tem menos. Ocupando uma posição socialmente menos válida, dá-se menos atenção às suas necessidades e direitos. Mas, ainda há algo pior do que ser criança: ser criança órfã.

Os direitos das crianças são uma batalha relativamente recente, mesmo no mundo dito desenvolvido. Portanto, não é difícil concluir que a discussão das necessidades e fragilidades dos mais pequenos ainda não chegou à Guiné-Bissau. Aliás, basta um primeiro olhar para perceber que a criança não tem grandes defesas.

A hierarquia social e cultural coloca os mais velhos no topo da pirâmide e os mais novos em último lugar, o que se revela em actos tão básicos como comer. Às refeições, os anciãos comem primeiro do que as crianças, os homens primeiro do que as mulheres. As crianças e as mulheres comem os restos, se os houver.

A Associação Orfanato Casa Emanuel é a única organização presente na Guiné-Bissau que acolhe miúdos com problemas. Como o Gabriel, que ficou com os bracinhos pelo meio e as pernas muito frágeis porque "a mãe estava a tomar algum remédio durante a gravidez e, depois, quando ele nasceu, tentou matá-lo por asfixia", conta Eugenia Guardia, uma das missionárias do orfanato.


Gabriel

Na Guiné-Bissau, é frequente atribuir-se a deficiência ao castigo de um irã (divindade do animismo). Muitas vezes, a família questiona mesmo se o recém-nascido será um ser humano e, para tirar a prova dos nove, submete a criança a provas de força, como permanecer ao relento no meio do mato, para que o irã decida o que fazer com ela.

A partir do centro de Bissau ainda têm que ser percorridos cerca de oito quilómetros até chegar ao bairro onde se instalaram os missionários evangelistas da Costa Rica e do Brasil que fundaram a Associação Orfanato Casa Emanuel em 1995.

É em Hafia, no meio de uma frondosa vegetação, que surge o grande portão vermelho que proporciona às crianças abandonadas a entrada num mundo com um pouco mais de dignidade e de amor.

Esta é já a terceira casa do orfanato, as duas anteriores eram demasiado pequenas e foram assaltadas. Desta vez, a mudança fez-se para um terreno próprio, com 16 mil metros quadrados e que conta já com uma escola e um mini hospital.

Vista aérea da Associação Orfanato Casa Emanuel


O "sinal de Deus"

Há dezassete anos, uma equipa de quatro missionários chegava a Bissau para ajudar os guineenses de alguma maneira. Começaram com um dispensário médico, até porque tinham formação em saúde. Nem passou um ano e aperceberam-se de que as crianças eram a população mais afectada, mais abandonada e mais em risco de vida. Decidiram recebê-las.

A primeira a encontrar um lar na Casa Emanuel foi Mariama, que tinha sete meses e pesava apenas dois quilos. Era filha de uma mãe cega, que não conseguia tratar dela. Quando a directora da associação a encontrou em Gabú (Leste do país), a menina tinha sarna e mordeduras de rato, já lhe faltava um pedaço de orelha e estava subnutrida.

"Sentimos um sinal de Deus para ficarmos com a criança", explica Eugenia Guardia, acrescentando que foi apenas o início de um "ministério". Mariama, hoje com dezassete anos, é uma veterana. “Começaram a chegar mais crianças e tivemos que abrir a porta, apesar de não estarmos preparados”, reconhece.

Eu e a Catarina com a Mariama

Eu e a Mariama

Os meninos que se encontram na Casa Emanuel são, na maioria dos casos, órfãos de mãe. Perante a morte da mãe, o pai "ou deixa morrer a criança ou procura quem fique com ela". A instituição, que já estabeleceu uma parceria com a Procuradoria de Menores para receber órfãos, tem direito legal sobre as crianças que recebe e já conseguiu negociar com o Estado guineense uma crucial isenção de impostos.

Sendo todos cristãos e partilhando uma mesma doutrina, os missionários que vivem na Casa Emanuel não pertencem à mesma igreja, fazendo da organização um espaço "interconfessional". Os "irmãos" que vivem noutros países "mandam dinheiro" para ajudar o orfanato. As despesas da associação rondam 5000€ por mês, os donativos asseguram cerca de metade. "O resto vem miraculosamente", brinca Eugenia Guardia.

Na Casa Emanuel, o futuro constrói-se "a pouco e pouco" e, desde o conflito político-militar de 1998-99, com mais dificuldades mas sempre com amor e esperança.

4 de maio de 2012

*Cumba*



















 
Este post é para ti Cumba!
Porque ontem falei contigo e fiquei com uma saudade imensa.
Porque o tempo passou e percebi que continuas uma menina linda, doce e meiga.
Porque tornaste os meus dias na Guiné muito mais coloridos por estares sempre por perto e com esse sorriso delicioso.
Porque marcaste a minha vida e quero que o saibas.
E porque uma das razões que me vai fazer voltar aí é o poder abraçar-te.
Até breve princesa!

1 de maio de 2012

Love Guincho






Adoro o Guincho.
Adoro sentir a areia molhada nos meus pés e o vento.
O vento do Guincho é diferente.
A praia parece querer sempre falar, dizer alguma coisa.
Tenho esta praia como um dos sítios onde gosto de ir e de estar.
Simplesmente estar, sem ser preciso grandes aventuras, planos ou coisas para fazer.
O Guincho é inspirador.

Gorongosa, um tesouro em Moçambique







Hoje apaixonei-me por este projecto que é simplesmente maravilhoso.

O Parque Nacional de Gorongosa é um verdadeiro tesouro em Moçambique que proporciona também diversos benefícios ambientais, educacionais, estéticos, recreativos e económicos a toda a humanidade.  

Para além da reabilitação do Parque, que representa uma das grandes oportunidades de conservação no mundo de hoje os responsáveis por este projecto estão também a trabalhar para melhorar a vida das populações nas terras que o circundam, criando emprego no Parque, fundando escolas e postos de saúde e formando agricultores locais em agricultura sustentável.

Africa's Lost Eden é um documentário realizado pela National Geographic e está enquadrado numa acção que visa captar visitantes para o parque, de forma a tornar o projecto sustentável e ajudar as populações que vivem na região.

"Precisamos de 75 mil turistas por ano para custear programas e gestão do parque e criar postos de trabalho para as pessoas que vivem na região", diz Greg Carr, fundador do projecto.

Actualmente, o número de visitantes não ultrapassa os cinco mil por ano. A realização do documentário levou mais de um ano de filmagens. Incidiu sobre o trabalho de restauração do parque e a forma como se cuida e preserva as espécies, muitas delas dizimadas durante a guerra civil.

Greg Carr, o filantropo norte-americano que está a liderar a recuperação do parque, pretende que em 10 anos, as receitas vindas do ecoturismo sejam suficientes para o parque se sustentar a si mesmo.

A reabilitação do Parque Nacional da Gorongosa, que já foi considerada a maior reserva natural de África, representa actualmente um dos maiores desafios de conservação da fauna e flora, em todo o mundo.