26 de fevereiro de 2012

Notícias do orfanato













Graças à ajuda de vários voluntários e missionários de diferentes países, a Associação Casa Emanuel tem um site onde podemos seguir de perto tudo o que por lá se vive.
Uns tiram fotografias, outros escrevem e assim desta forma podemos estar mais próximos dos nossos queridos amigos da Guiné-Bissau e manter-nos actualizados sobre o que vai acontecendo na escola, no centro médico e no orfanato de Bissau, Biombo e Ingore.
E é tão bom poder sentir-me mais perto deles!!

24 de fevereiro de 2012

Ser voluntário


Ser voluntário é entregar a alma e o coração.
É regar todos os dias pequenos seres para que consigam ter a capacidade de semear brincadeiras e florir sorrisos.
Ser voluntário é ser uma torrada quente que salta todos os dias numa linda manhã para alimentar quem mais necessita.
É fantasiar com um mundo feliz e alegre para evitar medos e receios e assim criar a felicidade.
É mostrar que voar, pular, brincar e ajudar é importante.
É partilhar um coração com muitos outros mais pequeninos.
É despertar o bom que há em nós e nos outros, é ajudar e ser ajudado, é estar presente, dedicar e aprender.
Ser voluntário é ser responsável, interessado e corajoso, é ter sentimentos e partilhá-los.
É demonstrar que se pode ter valor e ser um diamante no bolso dos outros, é ser bondoso sem esperar receber nada em troca, é sentir-se útil.
Ser voluntário é ter alguém com quem falar e ajudar, é uma maneira de relativizar os próprios problemas e dar atenção a outros mais graves.
É tentar dar o dia de hoje e o amanhã.
É mostrar que quem espera sempre alcança, é nunca perder a esperança de sonhar com um final feliz.

21 de fevereiro de 2012

All they (we) need




Ilustradores por um dia











Depois de ter escrito o conto infantil, o qual surgiu de uma inspiração expontânea e quase inexplicável após o meu regresso da Guiné-Bissau, lembrei-me que seria muito giro se as crianças do orfanato e da escola comunitária onde vivi e dei aulas, pudessem também participar nele.
Fazia todo o sentido pois foram elas que me inspiraram e foi para elas que o escrevi.
Com a ajuda e boa vontade da professora e minha amiga Rose, que na altura era a directora da escola, consegui fazer chegar a minha história a quase todas as salas de aula dos diversos anos e a centenas de meninos e meninas.
Sabia que a Rose, que trabalhava como missionária há mais de 14 anos na Guiné-Bissau (hoje vive no Senegal) tinha sensibilidade para perceber como era importante criar este intercâmbio e que iria fazê-lo com todo o coração.
E assim foi, o meu texto passou de sala em sala, e durante algumas semanas foi lido pelos professores e alunos durante as aulas de português e transformado em desenhos nas aulas de trabalhos manuais.
Surgiram assim centenas de desenhos de mil e uma cores, pequenas ilustrações que vieram dar mais sentido a tudo o que escrevi.
E ficou prometido que quando o conto for editado farei com eles uma linda exposição!

Este desenho do Umo Baldé ilustra tão bem o meu conto...


19 de fevereiro de 2012

Sandálias de Esperança


                        

                              

Confesso que este projecto da Reef me impressionou bastante e me emocionou ainda mais.
É fantástica a forma como a marca aliou a moda a uma causa tão nobre e digna como a destas mulheres do Uganda.

As contas coloridas utilizadas nas tiras de couro das sandálias desta colecção da Reef, são feitas de papel 100% reciclado, criadas por mulheres deslocadas do Uganda.
Esta sandália é resultante de um esforço da marca em cooperar com a  31 Bits, uma organização de comércio justo que ajuda as mulheres do Uganda a conseguir trabalho e a iniciar os seus próprios negócios através da arte criativa.
Para além de resultarem giras e muito confortáveis, 1% do valor das vendas destas sandálias reverte para o Reef Redemption Fund.

17 de fevereiro de 2012

Wangari's Trees of Peace



Can one person make a difference in this world?

If people believe in what you do and follow your example, can/will change occur?

One need only read Wangari's Trees of Peace: A True Story from Africa, written and illustrated by Jeanette Winter, for an unequivocal yes.

Wangari Maathai, the 2004 winner of the Nobel Peace Prize, is the subject of this picture book biography. Written in clear, simple text, and accompanied by vibrant acrylic illustrations, readers learn the story of the woman behind the Green Belt Movement.

Imagine living in a world filled with lush green trees, forests filled with birds, and fields ripe with food for harvest. Imagine leaving that world for the opportunities an education would bring. Imagine returning home to find a world that looks completely different. This is what happened to Wangari.

After six years of study in the United States, Wangari returned to her home in the shadow of Mount Kenya to find that the trees were gone. Where women once collected firewood from close to home, these changes in the landscape now meant they had to walk miles away to find it.
There were no longer crops to feed the people, and the birds had disappeared.

The trees in Kenya were cut down to make room for buildings, but new trees were never planted in their place.
Wangari thinks about the barren land and she starts by planting nine seedlings.

Watching the seedlings take root gives Wangari the idea to plant more, to start a farm for baby trees, a nursery.
In an open space, she plants row after row of the tiny trees.
Wangari recruited women of the village and gave them seedlings to plant. She shared her vision for a better future, one in which the land was green.

Wangari and her women kept planting, even in the face of those who mocked them. Wangari paid them for the seedlings that lived past three months. As the green returned to Wangari's village, women in other parts of Kenya began to plant seedlings too.

Despite all these efforts, the cutting continued. When Wangari placed herself between a stand of mature trees and those who would cut it down, she was beaten and taken to prison. However, the movement to plant trees continued, and the green returned to Kenya. Not only did new trees take root, but the land became rich again with crops.

In page after page we see seedlings being planted and how the landscape begins to change. Near the end of the book, an illustration of the earth with Wangari and her trees firmly planted in Africa is accompanied by the text, "The whole world hears of Wangari's trees and of her army of women who planted them."

The book ends full of hope and beauty, as we see the view from the top of Mount Kenya, and row upon row of mature trees.

By 2004, more than 30 million trees had been planted and the movement had spread to 30 African countries and beyond.



With one simple action, one woman was able to start a movement that changed the landscape of a nation.


And Wangari became the first African woman to receive the Nobel Peace Prize for her contribution to sustainable development, democracy and peace.

16 de fevereiro de 2012

"Panos" que falam por si











Os "panos" africanos, termo usado na Guiné-Bissau para os tecidos, para além das suas vibrantes cores e variadíssimos padrões funcionam também para transmitir certas mensagens.
Os padrões impressos nestes tecidos não são apenas decorativos e cada um deles corresponde a um nome, um provérbio ou uma ideia.
Falam das relações entre marido e mulher, entre a mulher e as outras mulheres, entre cada um e a comunidade.
Ao vestir um determinado pano está a enviar-se uma mensagem silenciosa a todos os que o vêem e, na maioria das vezes, a alguém em especial.
O primeiro vestido africano que comprei no mercado tradicional de rua de Bissau, o Bandim, tem um padrão de flores em tons de vermelho e verde cujo nome é fleurs de mariage e é alusivo ao casamento. Usei-o na inauguração do Centro Médico do Orfanato Casa Emanuel, o "casamento" perfeito com os trajes das mulheres mulçumanas que também lá estavam.
Quando vim embora da Guiné ofereci toda a roupa que levava na mala às meninas mais velhas do orfanato e substitui-as por muitos metros destes tecidos.
Uns em forma de vestidos, outros transformados em túnicas, carteiras, blusas, etc.
A arte e engenho desta transformação devo a um rapaz que tive a sorte de encontrar e conhecer no bairro de Afia, mesmo ao lado do orfanato, e era para lá que levava os meus tecidos acabadinhos de comprar no Bandim.
Para além de costurar ele era também o barbeiro da tabanca e intercalava estas duas artes no mesmo espaço.
Uma simples casa feita de tijolos e barro vermelho, com o telhado de colmo e metal, uma grande janela sem vidro, chão de terra vermelha, três antigas máquinas de costura ligadas a um pequeno gerador azul, o mesmo onde ligava a sua máquina de barbear.
Na Guiné quem costura são os homens e podemos encontrá-los agarrados às suas antigas máquinas de costura que vão funcionando graças aos barulhentos geradores.
Em todo o lado podemos observar estes homens a trabalhar, uns no chão das ruas à porta das casas e cafés outros nos corredores labirínticos do mercado do Bandim.
Verdadeiros artistas de fazer inveja a muitas modistas do mundo ocidental.