Voos de cortesia

Gostava muito que os voos para a Guiné-Bissau fossem um pouco mais em conta.
Ou seja, eu explico-me: pelo menos para quem tem como principal objectivo deslocar-se até lá simplesmente para ajudar o país e o seu povo sem receber nada em troca, tal como os voluntários, deveria existir uma tarifa especial.
A verdade é que conheço algumas pessoas (eu incluída) que poderiam ajudar muito mais e deslocarem-se até lá com alguma frequência ou até mesmo no único mês de férias que têm anualmente, o que já poderia fazer uma grande diferença nas instituições como a Casa Emanuel que precisam muito de pessoas que queiram ajudar.
Vontade não falta, é certo, e a maioria de nós já pagou os tais 800 ou 900€ pelo bilhete de avião para um país que está apenas a umas 4h e meia de Lisboa e onde não vamos nem para fazer turismo nem tão pouco numa viagem de negócios.
É para ajudar, dar o nosso tempo, o nosso conhecimento e o nosso amor.
Tal como a embaixada da Guiné me concedeu um visto de cortesia para entrar no país e que não tive que pagar os habituais euros exigidos, poderiam existir também os chamados bilhetes de cortesia (os quais acabei de inventar), em que houvesse uma redução significativa no preço dos mesmos.
A meu ver a companhia aérea estaria a contribuir para um mundo melhor e talvez pudesse "encaixar" esta iniciativa na área da responsabilidade social.
Eu, como assistente de bordo e com alguns conhecimentos no "mundo" da aviação, já o tentei fazer mas até agora não tive sucesso algum.
A resposta é quase sempre a mesma.
E porquê ajudar em África se em Portugal existe tanta gente a precisar?
Talvez porque vivemos todos no mesmo planeta, somos todos filhos do mesmo Deus e porque qualquer ajuda, seja ela onde for, é válida e merece o apoio de quem pode contribuir.
Quanto a mim vou continuando a sonhar (acordada) e acreditar que alguém leia o meu blogue e se inspire para fazer a diferença e quem sabe um dia teremos acesso aos tais voos ou bilhetes de cortesia.